Inovar com Christophe Ho-Van, EVP Portfolio da ARKANCE.
Nesta entrevista, Christophe Ho-Van, EVP Portfolio da ARKANCE, partilha os principais desafios e tendências nos setores da construção, das infraestruturas e da indústria transformadora. Destaca a importância da sustentabilidade, a adoção de novas tecnologias e a necessidade de cadeias de abastecimento resilientes. Ele também detalha como a ARKANCE está posicionada para enfrentar esses desafios com seu amplo portfólio de soluções e serviços.
1. Quais são, na sua opinião, os principais desafios nos setores da construção, das infraestruturas e da indústria transformadora?
Em 2024, será necessário ter em conta uma série de desafios significativos em todos estes setores, decorrentes de aspetos tecnológicos, económicos, ambientais e regulamentares.
No setor da construção, há quatro fatores de influência fundamentais:
Sustentabilidade e impacto ambiental: Haverá uma pressão crescente para reduzir as pegadas de carbono e incorporar práticas sustentáveis nos projetos, para além de cumprir regulamentos ambientais mais rigorosos e normas de construção ecológicas.
Integração tecnológica: A integração de novas tecnologias como o BIM, a IoT e a automação nos processos de construção será crucial, tal como a gestão dos riscos de cibersegurança associados à crescente digitalização.
Perturbações nas cadeias de abastecimento mundiais: Esta situação afetará a disponibilidade e o custo dos materiais de construção, exigindo o desenvolvimento de estratégias mais resilientes e diversificadas para as cadeias de abastecimento.
Gestão dos custos: Os custos dos materiais e da mão de obra, juntamente com as pressões inflacionistas que terão impacto nos orçamentos dos projetos, exigirão a aplicação de medidas eficazes de controlo dos custos e de estratégias de gestão dos riscos.
No setor das infraestruturas, existem três grandes áreas de influência:
Infraestruturas obsoletas: Será essencial resolver o problema dos atrasos de manutenção e das necessidades de atualização dos sistemas obsoletos, equilibrando a urgência das reparações com as restrições orçamentais e de financiamento.
Alterações climáticas e resiliência: As infraestruturas terão de ser concebidas e construídas para resistir a fenómenos meteorológicos extremos e adaptar-se à evolução das condições climáticas, incorporando a sustentabilidade para reduzir os impactos ambientais.
Evolução tecnológica: A integração de tecnologias de infraestruturas inteligentes melhorará a eficiência e a gestão. No entanto, será também necessário resolver os problemas de interoperabilidade entre os sistemas novos e os existentes.
E, no setor da fabricaçao, há quatro desafios em cima da mesa:
Transformação digital: Acelerar a adoção de tecnologias da indústria inteligente, como a automação, a inteligência artificial e a IoT, será fundamental para melhorar a eficiência e a competitividade da produção. Será essencial gerir o custo e a complexidade da implementação destas tecnologias.
Resiliência da cadeia de abastecimento: A atenuação dos riscos de perturbações na cadeia de abastecimento, escassez de matérias-primas e desafios logísticos exigirá a criação de cadeias de abastecimento mais resilientes e ágeis através da diversificação e de ferramentas de gestão digital.
Sustentabilidade e economia circular: Será essencial cumprir os objetivos de sustentabilidade através da redução dos resíduos, da melhoria da eficiência energética e da adoção de princípios de economia circular, bem como garantir a conformidade com regulamentos ambientais mais rigorosos e as expectativas dos consumidores em relação a produtos sustentáveis.
Incerteza geopolítica e económica: Lidar com os impactos das condições económicas globais, das políticas comerciais e das tensões geopolíticas nas operações e nas cadeias de abastecimento será um grande desafio, e as empresas terão de ajustar as suas estratégias para mitigar os riscos associados à volatilidade económica e ao protecionismo.
Também vemos uma série de desafios comuns a estes setores que não podem ser negligenciados, como as alterações climáticas e a descarbonização; a escassez de recursos naturais, como o aço, o alumínio e a madeira; os rápidos avanços tecnológicos, como a Inteligência Artificial e a automação; a utilização de práticas de construção mais eficientes; e a escassez de mão de obra qualificada. A abordagem proactiva destes desafios permitirá às organizações destes setores posicionarem-se para uma maior resiliência, inovação e competitividade em 2024 e nos anos seguintes.
2. No âmbito da AEC, que tendências e desenvolvimentos espera ver nos próximos anos e como é que a ARKANCE está posicionada para tirar partido deles?
Para o setor da AEC em particular, há quatro aspetos fundamentais que devem ser destacados. O primeiro é o avanço e a consolidação do BIM. A utilização do BIM será cada vez mais generalizada, facilitando uma melhor colaboração e eficiência nos projetos. A ARKANCE está preparada para oferecer ganhos de eficiência ainda maiores a partir do BIM com o Autodesk Revit, integrado nas suas soluções Be.Smart tais como T4R e Smart Documentation, melhorando as capacidades BIM e assegurando uma entrega de projetos precisa e eficiente.
A segunda é um maior enfoque na sustentabilidade, com uma ênfase proeminente em práticas de construção sustentáveis e materiais de construção. As nossas ferramentas e tecnologias otimizam a utilização de materiais e reduzem os resíduos, o que constitui uma vantagem significativa para os clientes da ARKANCE. Por exemplo, as nossas soluções Be.Smart Building integram-se perfeitamente com a Autodesk e com as nossas soluções Wood Framing, Metal Framing e Precast Concrete onde os utilizadores podem automatizar o design e a documentação de estruturas de madeira, aço LGS e betão pré-fabricado, respetivamente, reduzindo o tempo de design e melhorando a precisão.
A automatização de tarefas de rotina, a integração de dados entre múltiplos sistemas e a incorporação de IA para análise preditiva são outras tendências que irão transformar a gestão e execução de projetos. A este respeito, soluções como o nosso Smart Browser e Cut Opening automatizam processos críticos, poupando tempo e reduzindo erros. Além disso, as ferramentas da Autodesk alimentadas por IA, como o Autodesk Construction Cloud (ACC), são fundamentais para fornecer uma solução de gestão abrangente para melhorar a eficiência do fluxo de trabalho e a monitorização do projeto.
Finalmente, a última secção é a colaboração e a gestão de dados melhorada. A integração das soluções baseadas na nuvem da Autodesk, como o BIM Collaborate Pro com o Be.Smart Project ou o ERP Connector da ARKANCE, assegura a troca de dados e a colaboração entre todos os membros de uma equipa de projeto, melhorando a transparência e os processos de tomada de decisão.
A nossa posição estratégica aproveita as soluções avançadas de construção digital com as nossas soluções proprietárias Be.Smart para fornecer uma abordagem abrangente e coerente aos projetos de AEC, garantindo que podemos fornecer tecnologias robustas, eficientes e sustentáveis para satisfazer as necessidades em mudança da indústria e aumentar a competitividade dos nossos clientes. As nossas soluções são concebidas para aumentar a produtividade, otimizar os custos e reduzir a entrega de projetos no mais curto espaço de tempo possível.
3. No sector da fabricação, qual é a estratégia da ARKANCE?
Com ferramentas como o T4I, o Publisher4VLT e o ERP Connector, concentramo-nos no avanço da automatização das tarefas de design e na integração do PDM com o ERP para simplificar a gestão de dados e melhorar a produtividade. Isto coloca os clientes ARKANCE numa posição de vantagem em relação aos concorrentes que utilizam outras tecnologias.
4. No setor das infraestruturas, qual é a estratégia da ARKANCE para se diferenciar da concorrência?
A nossa estratégia centra-se, antes de mais, na sustentabilidade e na redução de CO2. Estamos a implementar calculadoras de CO2 e ferramentas de otimização de desenho sustentável para cumprir regulamentos ambientais rigorosos e reduzir as pegadas de carbono. Um grande exemplo disto é a nossa parceria com a plataforma de inteligência de materiais Oris para fornecer iterações rápidas de projetos de estradas e fornecer informações para minimizar as emissões e os custos.
Em segundo lugar, estamos a colocar uma forte ênfase na gestão avançada de projetos. Para isso, contamos com ferramentas de execução eficiente, gestão de frotas e acompanhamento do progresso para melhorar a produtividade e garantir que os projetos são entregues a tempo e dentro do orçamento.
E, por último, estamos a implementar soluções inovadoras e integradas, tais como Be.Smart Site Management para um melhor acompanhamento dos projetos e atribuição de recursos. Paralelamente, estamos a fornecer conectores de dados aos nossos clientes de infraestruturas, que se deparam frequentemente com problemas decorrentes da necessidade de integrar múltiplas fontes de dados.
5. Centrando-se especificamente nas soluções Be.Smart, poderia explicar de que forma estas contribuem para resolver os desafios específicos destas indústrias?
A Be.Smart aborda os desafios específicos destes setores através de três eixos fundamentais. A primeira é a automatização e a otimização. Ferramentas como o T4R e o Smart Documentation automatizam tarefas repetitivas, melhorando a precisão e reduzindo os prazos dos projetos. A segunda é o nosso compromisso com a sustentabilidade. Soluções como o Smart Browser e o Cut Opening permitem-nos tirar o máximo partido da utilização dos materiais, reduzindo o desperdício e promovendo práticas sustentáveis. Por último, estas soluções proporcionam uma colaboração melhorada. Por exemplo, o Be.Smart Project facilita uma maior colaboração no projeto e a gestão de dados, assegurando fluxos de trabalho contínuos e melhores resultados.
6. Qual é o grau de adoção da Be.Smart pelos utilizadores?
Muitas soluções da nossa carteira Be.Smart têm um historial comprovado e evoluíram ao longo das últimas três décadas. Outras soluções inovadoras, tais como Pointscene foram lançadas recentemente e espera-se uma adoção progressiva. A adoção global da Be.Smart pelos utilizadores tem sido muito positiva, com comentários que destacam aumentos significativos de eficiência e redução de erros nos processos de desenho e documentação. Os utilizadores também apreciam a facilidade de utilização destas soluções, que as torna fáceis de integrar nos fluxos de trabalho existentes, melhorando a produtividade sem curvas de aprendizagem acentuadas. Além disso, notaram uma melhoria nos tempos de execução dos projetos e na conformidade com as normas da empresa.
7. Olhando para o futuro, que novos desenvolvimentos, soluções ou serviços podemos esperar ver da ARKANCE na construção, infraestruturas e fabricaçao?
Estamos a concentrar-nos em melhorar as capacidades de integração com outras ferramentas padrão da indústria para fornecer fluxos de trabalho contínuos e uma melhor gestão de dados. Paralelamente, planeamos também introduzir ferramentas avançadas de IA e automação para melhorar a manutenção preditiva e a análise de projetos. Continuaremos também a investir no desenvolvimento de inovações centradas na sustentabilidade, com novo software e atualizações das soluções existentes que impulsionam ainda mais as práticas sustentáveis e reduzem o impacto ambiental.
8. Por último, poderia partilhar alguns desafios significativos que a ARKANCE enfrenta nestes setores?
Estamos a enfrentar o desafio de nos adaptarmos às rápidas mudanças tecnológicas, atualizando continuamente a nossa carteira com soluções de ponta, ao mesmo tempo que fornecemos formação e apoio abrangentes aos clientes. Respondemos a estes desafios respeitando normas tecnológicas e ambientais rigorosas, desenvolvendo ferramentas para ajudar as organizações a monitorizar e reduzir a sua pegada de carbono e a cumprir os requisitos regulamentares. No final, esforçamo-nos por ser consistentes com a nossa missão e visão como empresa, que é fornecer serviços e soluções de classe mundial que inspiram e capacitam para projetar, construir e resolver os desafios de amanhã.